Agenda para Indústria 4.0 apresentada pela ABDI em parceria com MDIC, BNDES e Finep tem ambição de se tornar política de Estado.
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governo federal, por meio da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), aproveitou o Fórum Econômico Mundial na América Latina, que acontece nesta semana, em São Paulo, para apresentar o que eles chamam de Agenda Brasileira para a Indústria 4.0. Trata-se de uma série de medidas, recomendações para transformar o parque industrial brasileiro nas próximas décadas. Entre os objetivos, como compartilhou o presidente da ABDI Luiz Augusto Ferreira é fazer com que 18% das empresas tenham concluído suas jornadas para o modelo 4.0 em até 20 anos.

O tempo é longo, mas, como o próprio Ferreira explicou, o Brasil tem realidades muito distintas e empresas em diferentes momentos que terão, consequentemente, diferentes jornadas para percorrer rumo à transformação. “A primeira parte da política é o diagnóstico e temos dificuldade nisso pela dimensão do Brasil e com muita gente trabalhando com conceito de commodity, e é esse diagnóstico que nos levará à jornada do 4.0, porque temos coisas que estão em 2.0 e precisam ir para 3.0, 3.0 para 4.0, tem uma jornada, uma escada de evolução.”

O País conta hoje com algumas iniciativas encabeçadas pelo próprio governo federal e seus mais variados órgãos, como a Política Nacional de Internet das Coisas, lançada pelo BNDES, e outra de Transformação Digital, liderada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação (MCTIC), o que mostra, apesar dos esforços da Agenda para Indústria 4.0 em reunir diversas frentes, existir um desafio de interlocução. Mais que isso, o País assiste a um governo que se encerra em dezembro, que pouco provavelmente fará um sucessor, levando a questionar o grau de sobrevivência que terá tal iniciativa a partir de janeiro de 2019.

Para Ferreira, no entanto, o fim do governo de Michel Temer em dezembro nem de longe é visto como ameaça para a Agenda. “Sou do setor de startups, vim emprestado para o setor público e entendo isso. O que posso dizer é que a política de indústria 4.0 e a de IoT são politicas de Estado e não de governo e é isso o que todos defendem. Esse documento será a base para que os próximos governo não comecem do zero. O diagnóstico, por exemplo, poderá ser feito com dados no site, tirando isso, temos no MDIC corpo técnico que não foi mexido e eles permanecem”, argumentou.

Dinheiro disponível

Necessária para a estratégia do Brasil, que nos últimos anos viu seu parque industrial perder força e competitividade no mundo pela falta de investimento e fomento, o documento trata do novo passando por diversas etapas, sendo a primeira delas o diagnóstico, como mencionou Ferreira, e que é fundamental para entender a real situação e o tipo de ação que será necessária para a jornada da transformação. Além disso, existem ações de fomento, legislação, test beds e alianças globais para que o Brasil entre na rota da cadeia global de produção.

“Não é reindustrialização, mas readequação do parque para estar na cadeia global de valor. Eficiência energética pode ser uma porta de entrada para essa nova indústria no Brasil. Porque só ela reduz em até 30% o custo empresarial”, complementou.

No campo do fomento, apenas o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), como afirmou o presidente Paulo Rabello de Castro, tem uma linha atual de R$ 5 bilhões, mas que poderá ser ampliada. “A boa notícia é que não temos freio para aquilo que é prioritário. O banco está preparado para desafios orçamentários bem maior”, pontuou, reforçando que inovação sempre esteve na pauta do banco e que no documento Visão 2035 da instituição, que fala de um Brasil desenvolvido até 2035, tecnologia, inovação e, sobretudo, o conceito de internet das coisas (IoT) estão mais que presentes.

Financiamento, aliás, parece que não será um problema, já que, além do BNDES, a Finep está com linhas destinadas a essa agenda, por meio de fundos reembolsáveis, num montante que soma R$ 7 bilhões, sem contar os valores contraídos com o Bando Interamericano de Desenvolvimento (BID).

No que diz respeito à desoneração, o atual ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Jorge de Lima, lembrou que o País tem buscado se inspirar em países como a Alemanha que estão na vanguarda da indústria 4.0 e que, para acelerar esse movimento, já reduziu a zero a alíquota para importação de robôs colaborativos, algo essencial no redesenho das empresas e parte importante do processo de automação e ganho de eficiência.

As premissas da Agenda da Indústria 4.0, basicamente são: fomentar iniciativas que facilitem o investimento privado; propor agenda centrada no industrial, conectando instrumentos de apoio existentes, levando maior volume de recursos para a ponta; testar, avaliar, debater e construir consensos por meio da validação de projetos-piloto, medidas experimentais, operando com neutralidade tecnológica; por fim, equilibrar medidas de apoio para pequenas e médias empresas com grandes companhias.

Fonte: Computer World

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